Arquitetura Inclusiva: Neurodiversidade e Espaços Sensoriais

No podcast “Doses de Atipicidade,” Carla de Castro, nutricionista especializada em autismo e TDAH, explora temas cruciais sobre neurodiversidade. Desta vez, ela recebe Gustavo Goes, arquiteto e empresário autista, para uma conversa inédita sobre arquitetura e inclusão. Juntos, eles desmistificam a importância de espaços adaptados para pessoas neurodivergentes, revelando como o design pode impactar positivamente a experiência cultural e o bem-estar de todos.

A discussão aborda desde os desafios enfrentados por Gustavo ao receber o diagnóstico tardio de TEA e TDAH, até a sua paixão por criar ambientes que não apenas vendem, mas que também acolhem e respeitam as necessidades sensoriais de cada indivíduo. A conversa é um convite à reflexão sobre o papel fundamental da arquitetura na construção de uma sociedade mais inclusiva e acessível.

## O Diagnóstico Tardio e a Compreensão da Neurodiversidade

Gustavo Goes compartilha sua jornada de autodescoberta após receber o diagnóstico tardio de autismo. Ele relata a surpresa inicial e a necessidade de estudar a fundo o tema para entender como suas características neurodivergentes moldaram sua vida pessoal e profissional. A importância do apoio familiar e da indicação de profissionais como a Dra. Adriana Reis, neuropsicóloga, foram cruciais nesse processo.

O arquiteto destaca que, por muito tempo, sua neurodivergência foi vista como parte de sua personalidade, sem que ele percebesse que suas dificuldades e facilidades eram, na verdade, manifestações de suas condições. A literalidade, a dificuldade de atenção e a alta empatia são alguns dos traços que ele identifica como inerentes ao seu autismo e TDAH.

## Arquitetura como Agente de Inclusão

Gustavo enfatiza o papel crucial dos arquitetos na criação de espaços inclusivos. Ele argumenta que, como organizadores do espaço físico, os arquitetos têm a responsabilidade de considerar as necessidades de todas as pessoas, incluindo aquelas com neurodivergências. A acessibilidade não se limita apenas a rampas e elevadores, mas também envolve a criação de ambientes sensoriais adequados, com iluminação e acústica controladas.

O arquiteto compartilha sua política de não aceitar projetos de restaurantes que não incluam banheiros PCD (Pessoas com Deficiência). Ele acredita que a inclusão deve ser uma prioridade e que os empresários precisam entender que investir em acessibilidade é também uma forma de atrair um público fiel e engajado.

## O Potencial Econômico da Inclusão

Gustavo Goes defende que investir em acessibilidade e inclusão não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma oportunidade de negócio. Ele argumenta que o público neurodivergente e as pessoas com deficiência representam um nicho de mercado com grande potencial de consumo, ávido por espaços que atendam às suas necessidades.

O arquiteto incentiva os empresários a enxergarem a neurodiversidade como um diferencial competitivo e a criarem produtos e serviços que sejam acessíveis a todos. Ele ressalta que a fidelização desse público é alta, uma vez que, ao encontrarem um ambiente acolhedor, eles se tornam clientes leais e divulgadores da marca.

## Principais Conclusões

– A arquitetura tem um papel fundamental na promoção da inclusão e acessibilidade para pessoas neurodivergentes.
– O diagnóstico tardio de TEA e TDAH pode trazer autoconhecimento e compreensão sobre as próprias características.
– Investir em acessibilidade e design sensorial adequado é uma oportunidade de negócio com grande potencial de retorno.
– A literalidade e a alta empatia podem ser características valiosas no ambiente profissional, especialmente em áreas como vendas e design.
– É importante que a sociedade aceite e respeite as diferenças neurodivergentes, oferecendo o suporte necessário para que todos possam prosperar.

## Conclusão

A conversa entre Carla de Castro e Gustavo Goes no “Doses de Atipicidade” nos convida a repensar o papel da arquitetura na construção de uma sociedade mais inclusiva e acessível. Ao considerarmos as necessidades sensoriais e as particularidades de cada indivíduo, podemos criar espaços que não apenas vendem, mas que também acolhem, respeitam e promovem o bem-estar de todos. Que tal começarmos a projetar um futuro onde a neurodiversidade seja celebrada e valorizada em todos os ambientes?

Este artigo é baseado no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gk5lBVpaPo8

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Olá, meu nome é
Carla de Castro

Sou nutricionista especializada em Saúde Mental e Transtornos do Neurodesenvolvimento, e dedico minha trajetória a transformar o cuidado com famílias atípicas. Sou pioneira no Brasil na abordagem nutricional voltada ao autismo e criei o podcast Doses de Atipicidade para ampliar esse diálogo com empatia e ciência. À frente da Clínica Sallva, acolho cada história com escuta ativa e desenvolvo estratégias nutricionais personalizadas que promovem equilíbrio, autonomia e qualidade de vida.