No podcast “Dose de Atipicidade,” Carla de Castro, nutricionista especialista em autismo e TDAH, recebe a Dra. Géssica Guedes, advogada, ativista e mãe atípica de três filhos, dois deles autistas. Juntas, elas exploram o tema “Como ser uma mulher de sucesso sendo uma mãe atípica,” desmistificando o conceito de sucesso e abordando os desafios enfrentados por mães de crianças com transtornos do neurodesenvolvimento.

A conversa franca e emocionante revela a realidade de muitas mulheres que, além das demandas da maternidade, lidam com a complexidade do autismo, a falta de apoio e o preconceito da sociedade. Dra. Géssica compartilha sua experiência pessoal e profissional, oferecendo insights valiosos sobre direitos, inclusão e a importância da rede de apoio.

Este artigo resume os principais pontos dessa conversa inspiradora, destacando os desafios, as conquistas e as estratégias para que mães atípicas possam alcançar o sucesso em todas as áreas de suas vidas.

O Que Significa Sucesso para uma Mãe Atípica?

Para Dra. Géssica Guedes, o sucesso reside nas pequenas coisas, nos gestos simples e na capacidade de iniciar e finalizar projetos, mesmo diante do cansaço e das dificuldades. Ser mãe atípica já é um desafio imenso, com cobranças e exigências triplicadas. Encontrar significado em cada conquista, por menor que seja, é fundamental para manter a motivação e a autoestima.

Ela se considera uma mulher de sucesso, apesar dos desafios de criar três filhos, dois deles com autismo. Seus filhos são um projeto de vida, e vê o sucesso no desenvolvimento e crescimento deles. A maternidade, mesmo quando não planejada, se torna parte integrante do projeto de vida de uma mulher.

A Militância e o Ativismo: Uma Voz para as Famílias Atípicas

A trajetória de Dra. Géssica como advogada especialista em direito de pessoas atípicas e deficientes começou em 2021, após o diagnóstico de sua filha Maria Alice. A experiência pessoal com as dificuldades do SUS e as negativas do plano de saúde a motivaram a sair da bolha e lutar pelos direitos das famílias atípicas.

Sua militância e ativismo nascem da vivência e do conhecimento da causa. Ela consegue oferecer um acolhimento genuíno às mães, pois compreende as suas dores e os seus desafios. A experiência pessoal a torna uma voz poderosa na defesa dos direitos das pessoas com autismo e outras neurodiversidades.

O Luto Pós-Diagnóstico: Uma Realidade Velada

Um dos temas delicados abordados na conversa é o luto pós-diagnóstico. A notícia do autismo pode ser um choque para a família, quebrando expectativas e mudando o curso de várias histórias. É importante que as mães se permitam viver esse luto, sem se sentirem culpadas, e que busquem apoio para lidar com as novas demandas e desafios.

Carla de Castro ressalta a importância da empatia nesse momento, lembrando que o luto não é pela criança em si, mas pela expectativa de uma criança “perfeita”. A comunidade atípica precisa ter cuidado com esse tipo de abordagem, acolhendo e validando os sentimentos das mães.

A Falta de Rede de Apoio e o Abandono Social

Dra. Géssica relata que muitas mães atípicas se sentem sozinhas e abandonadas, não apenas pelos companheiros, mas também pela família e pelos amigos. Após o diagnóstico, muitos convites para festas e eventos sociais simplesmente desaparecem, revelando a falta de preparo da sociedade para lidar com a neurodiversidade.

Essa falta de rede de apoio agrava os desafios da maternidade atípica, tornando ainda mais difícil conciliar as demandas dos filhos com as necessidades pessoais e profissionais. É fundamental que as mães busquem grupos de apoio e se conectem com outras famílias que vivem situações semelhantes.

Desafios e Direitos: Educação e Saúde em Primeiro Lugar

Como advogada, Dra. Géssica identifica a educação e a saúde como as maiores dores das mães atípicas. A dificuldade de acesso a terapias pelo SUS e as negativas dos planos de saúde são problemas recorrentes. Muitas famílias precisam recorrer à justiça para garantir os direitos de seus filhos.

Na área da educação, a falta de capacitação dos profissionais e a sobrecarga dos servidores públicos dificultam a inclusão e o acompanhamento adequado das crianças com autismo. É preciso investir em formação e em recursos para que as escolas possam atender às necessidades específicas de cada aluno.

Principais Conclusões

  • O sucesso para uma mãe atípica reside nas pequenas conquistas e na capacidade de superar os desafios diários.
  • A militância e o ativismo são importantes para defender os direitos das pessoas com autismo e outras neurodiversidades.
  • O luto pós-diagnóstico é uma realidade que precisa ser acolhida e validada.
  • A falta de rede de apoio e o abandono social agravam os desafios da maternidade atípica.
  • A educação e a saúde são as maiores dores das mães atípicas, que muitas vezes precisam lutar na justiça para garantir os direitos de seus filhos.

Conclusão

A conversa entre Carla de Castro e Dra. Géssica Guedes nos convida a refletir sobre os desafios e as potencialidades da maternidade atípica. Ser uma mulher de sucesso sendo mãe atípica é possível, mas exige resiliência, autoconhecimento, rede de apoio e a luta constante por direitos e inclusão. Que este diálogo inspire outras mães a se fortalecerem, a se unirem e a construírem um mundo mais justo e acolhedor para seus filhos. Qual o próximo passo que você pode dar hoje para se sentir mais forte e confiante em sua jornada?

Este artigo é baseado no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=puXWLA68isQ

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Olá, meu nome é
Carla de Castro

Sou nutricionista especializada em Saúde Mental e Transtornos do Neurodesenvolvimento, e dedico minha trajetória a transformar o cuidado com famílias atípicas. Sou pioneira no Brasil na abordagem nutricional voltada ao autismo e criei o podcast Doses de Atipicidade para ampliar esse diálogo com empatia e ciência. À frente da Clínica Sallva, acolho cada história com escuta ativa e desenvolvo estratégias nutricionais personalizadas que promovem equilíbrio, autonomia e qualidade de vida.