No universo do Transtorno do Espectro Autista (TEA), cada criança é única, com suas próprias necessidades e potenciais. Compreender como estimular o desenvolvimento cognitivo desses pequenos é fundamental para proporcionar uma vida mais plena e independente. O podcast “Dose de Atipicidade”, criado por Carla de Castro, nutricionista especialista em autismo e TDAH, tem como objetivo trazer informações relevantes para famílias atípicas.
Em um episódio recente, Carla recebeu Priscila Ilha, neuropsicopedagoga, para desmistificar a neuropsicopedagogia e explorar como a estimulação cognitiva pode auxiliar crianças e adolescentes autistas. A conversa revelou insights valiosos sobre a importância da intervenção precoce e da personalização do tratamento. Vamos mergulhar nesse universo e descobrir como despertar o potencial de cada criança.
O Papel Crucial da Neuropsicopedagogia no Autismo
Priscila Ilha define a neuropsicopedagogia como uma área focada no contexto acadêmico, preocupada tanto com o comportamento quanto com as dificuldades de aprendizagem enfrentadas por crianças e adolescentes autistas. Seu trabalho envolve a mediação escolar e a avaliação completa do indivíduo, visando entender seu contexto acadêmico e oferecer suporte adequado. A neuropsicopedagogia atua como uma ponte entre a criança, a família e a escola, facilitando a comunicação e a implementação de estratégias eficazes.
A avaliação neuropsicopedagógica é um processo abrangente que se inicia com uma anamnese detalhada, coletando informações desde a gestação até o presente. Em seguida, são aplicados protocolos padronizados com validação científica para mensurar os atrasos e as potencialidades da criança. O resultado é um relatório completo com um plano terapêutico individualizado, que pode incluir encaminhamentos para outros profissionais, como fonoaudiólogos, médicos e nutricionistas.
Quando Procurar um Neuropsicopedagogo?
Muitas famílias se perguntam quando é o momento certo de buscar a ajuda de um neuropsicopedagogo. Priscila Ilha enfatiza que, ao identificar dificuldades escolares, a intervenção ou avaliação deve ser imediata. Não se deve esperar que a escola sinalize ou que a situação se agrave. A intervenção precoce é crucial para sanar as dificuldades e evitar que a criança se sinta frustrada no ambiente escolar.
É importante ressaltar que a busca por um neuropsicopedagogo pode ser feita diretamente pelos pais ou por indicação de outros profissionais, como médicos. O importante é que o profissional escolhido seja especialista em transtornos do neurodesenvolvimento, garantindo uma abordagem adequada e eficaz. A Clínica Sallva, fundada por Carla de Castro, oferece atendimento nutricional e psicológico, integrando saúde mental e alimentação de forma personalizada.
Estratégias Práticas de Estimulação Cognitiva
A estimulação cognitiva pode parecer complexa, mas, na prática, envolve atividades simples e lúdicas que podem ser realizadas em casa e na escola. Para crianças em idade pré-escolar, jogos e quebra-cabeças são excelentes ferramentas para estimular a atenção e a concentração. A complexidade dos jogos deve ser aumentada gradualmente, desafiando a criança a superar suas dificuldades.
Para adolescentes, a estimulação cognitiva pode envolver a criação de projetos e o desenvolvimento de habilidades de planejamento e organização. É fundamental trabalhar as funções executivas, como o tempo de atenção, o planejamento e a execução, incentivando o adolescente a se organizar, planejar e executar tarefas. A previsibilidade e a organização são importantes para criar um ambiente seguro e propício ao aprendizado.
Adaptando a Estimulação ao Ambiente Escolar
Um dos desafios da estimulação cognitiva é transferir os ganhos obtidos na terapia para o ambiente escolar, que é naturalmente mais estimulante e desafiador. Priscila Ilha sugere a criação de um ambiente terapêutico que simule o ambiente escolar, com a inclusão de distratores e a simulação de situações reais. É importante que o adolescente tenha consciência de como se comportar em diferentes momentos na sala de aula, como pedir para sair da sala quando se sentir sobrecarregado.
A mediação escolar, realizada por Priscila Ilha, é fundamental para garantir que a escola compreenda as necessidades da criança e implemente as adaptações necessárias. A comunicação entre a família, a escola e o terapeuta é essencial para criar um ambiente de suporte e colaboração.
Principais Conclusões
- A neuropsicopedagogia é fundamental para auxiliar crianças e adolescentes autistas no contexto acadêmico.
- A intervenção precoce é crucial para sanar as dificuldades escolares e evitar frustrações.
- A estimulação cognitiva envolve atividades lúdicas e personalizadas que podem ser realizadas em casa e na escola.
- A comunicação entre a família, a escola e o terapeuta é essencial para o sucesso do tratamento.
- O hiperfoco pode ser utilizado a favor do aprendizado, mas também deve ser gradualmente retirado para ampliar os interesses da criança.
- A rigidez cognitiva pode ser amenizada com intervenções rápidas e estratégias que flexibilizem o pensamento.
Conclusão
A estimulação cognitiva é uma ferramenta poderosa para despertar o potencial de crianças e adolescentes autistas. Ao compreender as necessidades individuais de cada um e oferecer um suporte adequado, é possível transformar suas vidas e proporcionar um futuro mais brilhante. Se você é pai, mãe ou familiar de uma criança atípica, não hesite em buscar a ajuda de um neuropsicopedagogo. O futuro do seu filho pode estar a um passo de distância. Entre em contato com a @priilhaneuropsicopedagoga e descubra como a neuropsicopedagogia pode fazer a diferença!
Este artigo é baseado no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YNsdLDZCRi4



