O mês de abril é um período de conscientização sobre o autismo, um transtorno do neurodesenvolvimento que demanda atenção, discussão e, acima de tudo, informação de qualidade. Em meio a tantas informações conflitantes, o podcast “Dose de Atipicidade”, liderado por Carla de Castro (@nutri.carla), nutricionista especialista em autismo e TDAH, se destaca como uma fonte confiável para famílias atípicas e para todos que desejam compreender melhor o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Em um episódio especial, Carla recebeu Tathyana Magalhães (@psicodiagnostico_infantil), psicóloga especialista em análise do comportamento (ABA) aplicada ao TEA, para desmistificar o diagnóstico na primeira infância. Juntas, elas abordaram mitos e verdades cruciais, oferecendo um guia valioso para pais, profissionais e interessados no tema.
A Importância do Diagnóstico Precoce no Autismo
Um dos maiores mitos desconstruídos no episódio é a ideia de que o diagnóstico de autismo só pode ser feito a partir dos 7 anos. Tathyana Magalhães enfatiza que o diagnóstico precoce é fundamental para proporcionar a intervenção precoce, permitindo que a criança receba o suporte necessário para um desenvolvimento mais adequado. Hoje, bebês com menos de um ano já podem ser diagnosticados, abrindo portas para terapias que farão toda a diferença em seu futuro.
Carla de Castro complementa, lembrando que o acesso às terapias, como psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento nutricional, é crucial para crianças com atraso global no desenvolvimento, característica comum no TEA. Quanto antes a criança iniciar essas intervenções, maiores serão as chances de um desenvolvimento mais próximo do esperado.
Sinais de Alerta e a Percepção Materna
Quais são os sinais que os pais devem observar em seus filhos pequenos? Tathyana Magalhães destaca a importância de acompanhar os marcos clássicos de desenvolvimento, como contato visual, resposta ao chamado pelo nome e o sorriso social. Observar o tônus muscular e possíveis atrasos em etapas como sentar e engatinhar também são importantes.
No entanto, Carla de Castro ressalta a importância da intuição materna. Muitas mães relatam que sabiam que algo era diferente em seus filhos, mesmo antes de receberem um diagnóstico formal. Um bebê que chora excessivamente, demanda muito colo ou, ao contrário, não tolera o toque, pode estar sinalizando a necessidade de uma investigação mais aprofundada. Não negligencie esse sentimento!
Desmistificando o Diagnóstico e o Papel dos Profissionais
É fundamental procurar profissionais especializados em autismo para realizar uma avaliação precisa. Tathyana Magalhães alerta que nem todo psicólogo está apto a diagnosticar o TEA, pois a formação generalista exige uma especialização para atender esse público. Avaliações mal estruturadas ou com aplicação incorreta de instrumentos podem levar a resultados inconclusivos ou equivocados.
Carla de Castro reforça a importância de escolher um nutricionista com experiência em transtornos do neurodesenvolvimento, pois a abordagem nutricional para crianças com TEA é diferente daquela utilizada em outros contextos. A seletividade alimentar, por exemplo, é um quadro comum no autismo, mas também pode ocorrer em outros transtornos ou em crianças típicas, exigindo uma avaliação individualizada e um plano alimentar adequado.
Autismo tem cura?
Um mito persistente é a crença de que o autismo tem cura ou que a criança pode “sair do espectro”. Carla de Castro enfatiza que o autismo não é uma doença, mas sim um transtorno do neurodesenvolvimento. O espectro autista é amplo e fluido, e as terapias visam proporcionar o desenvolvimento e a autonomia da criança, não “curá-la”.
Principais Conclusões
- O diagnóstico precoce do autismo é fundamental para proporcionar a intervenção precoce e otimizar o desenvolvimento da criança.
- Os pais devem estar atentos aos marcos de desenvolvimento e confiar em sua intuição ao perceberem algo diferente em seus filhos.
- É crucial procurar profissionais especializados em autismo para realizar uma avaliação precisa e oferecer o suporte adequado.
- O autismo não tem cura, mas as terapias podem proporcionar um desenvolvimento significativo e uma melhor qualidade de vida.
- A conscientização sobre o autismo é essencial para promover a inclusão e o respeito às pessoas neurodivergentes.
Conclusão
O diagnóstico de autismo na primeira infância pode ser um momento desafiador para as famílias, mas também representa a oportunidade de oferecer à criança o suporte necessário para alcançar seu pleno potencial. Ao desmistificar o autismo e buscar informações de qualidade, pais e profissionais podem construir um futuro mais inclusivo e acolhedor para as pessoas neurodivergentes. Que tal compartilhar este artigo para ajudar a disseminar informações corretas e promover a conscientização sobre o autismo?
Este artigo é baseado no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=nuWxnSKPv_Y



